“Tinham uma vida bastante ruim até chegar nesse ponto”, diz irmão de morta pelo marido no DF

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Familiares e amigos de Itana Amparo dos Santos, 36 anos, reuniram-se nesta quarta-feira (21/6) próximo à casa onde a mulher foi assassinada, em Vicente Pires. A mulher foi morta a facadas pelo marido, Celi Costa do Amaral Nascimento, 41 anos, nessa terça-feira (20/6), tornand0-se a 16ª vítima de feminicídio do Distrito Federal neste ano.

Cabisbaixos e chorando, os presentes lamentaram o crime bárbaro, cometido em frente aos três filhos do casal. Ao Metrópoles, um dos irmãos da vítima, José Pedro Santos, 34, contou que a auxiliar de limpeza pretendia se separar do marido e ir morar com outro irmão dela.

“Estava no dia de mudança. Ele aproveitou isso é fez essa barbaridade. Estava escondido. Parece que a ficha não caiu, vem aquela imagem dela e tem hora que a ficha não quer cair”, lamenta o comerciante.

Possessivo e violento, Celi foi à cozinha do imóvel onde a família morava, no momento em que Itana separava alguns objetos para levar consigo, e pegou uma faca na gaveta. Ao reencontrar a vítima, esfaqueou-a no pescoço e nas costas. Além dos três filhos do casal, o irmão da vítima e parentes do agressor presenciaram o feminicídio.

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Após esfaquear a companheira no pescoço na frente dos jovens, o assassino fugiu a pé do local do crime, mas foi preso minutos depois, nas proximidades de um córrego de Vicente Pires.

Apesar das idas e vindas e da retirada da medida protetiva contra o ex-companheiro, o casal estava junto havia 19 anos. “Foram mais de 10 anos de relacionamento. Tinham muitos casos de briga, bebia muito. Tinham uma vida bastante ruim até chegar nesse ponto”, relata José.

Segundo o irmão da vítima, há três casas no lote onde Itana morava. A mãe e irmãs do ex-companheiro residem lá.

Os familiares aguardam a liberação do corpo pelo Instituto Médico-Legal (IML) para levá-lo à Ilha de Boipeba, na Bahia. Eles estão aceitando doações pelo PIX (62) 99691-0387 para ajudar nos custos de transporte, estimados em R$ 6.760.

Agressões anteriores

Antes de ser morta, a vítima havia registrado duas ocorrências de violência doméstica contra Celi, uma em 2011, outra em 2021, após ser agredida e ameaçada.

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Na denúncia mais recente, a Justiça concedeu medidas protetivas de urgência em favor de Itana. Porém, no mesmo ano, o processo foi arquivado, e as medidas acabaram revogadas. Nessa terça-feira (20/6), o assassino matou a auxiliar de limpeza, não havia qualquer determinação desse tipo vigente.

A vítima também havia comentado com uma vizinha, em algumas oportunidades, sobre o comportamento do marido. E, na semana do crime, Itana teria dito ao agressor que pretendia se separar dele.

O feminicídio é investigado pela 8ª Delegacia de Polícia (SIA). Há possibilidade de pedido de aumento da pena do agressor, pelo fato de o crime ter ocorrido na frente dos filhos do casal, e Celi pode ser condenado a até 30 anos de prisão.

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