Estudantes do Entorno têm dia especial na Embaixada da Malásia

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Desenvolvido pelo Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria de Relações Internacionais (Serinter), o Programa Embaixada de Portas Abertas (Pepa) rompeu as barreiras do DF e chegou ao Entorno. Nesta sexta-feira (6), a Embaixada da Malásia foi a primeira a receber uma turma de estudantes de Planaltina de Goiás que tiveram a chance de conhecer mais sobre o país asiático e vivenciar toda a experiência oferecida pelo programa, graças ao Memorando de Entendimento assinado pela Serinter e a Secretaria do Entorno de Goiás (SEDF-GO).

A Embaixada da Malásia foi a primeira a receber uma turma de estudantes de Planaltina de Goiás que tiveram a chance de conhecer mais sobre o país asiático e vivenciar toda a experiência oferecida pelo Pepa, graças ao Memorando de Entendimento assinado pela Serinter-DF e a Secretaria do Entorno de Goiás (SEDF-GO) | Fotos: Divulgação/Serinter-DF

Trinta estudantes dos 2º e 3º anos do ensino médio do Colégio Estadual de Planaltina chegaram logo cedo à sede da embaixada, no Lago Sul. Com o passaporte simbólico nas mãos para entrarem em território internacional, não escondiam a expectativa e a ansiedade – que só aumentou quando foram recebidos pela própria embaixadora da Malásia no Brasil, Gloria Corina Anak Peter Tiwet. “Sejam bem-vindos à Malásia. Me sinto muito honrada em sermos a primeira embaixada a receber uma turma do Entorno”, destacou a diplomata que já participou do Pepa com escolas do DF em 2023 e 2024.

“Foi um choque cultural muito grande. Quando falamos de Ásia, imaginamos a China, por falta de informação mesmo. Mas, chegando aqui, vi que é bem diferente, embora seja da mesma região. E com uma gastronomia surpreendente”, avaliou o estudante Arthur Araújo Matos

Além de um bate-papo com a equipe da embaixada sobre os trabalhos desenvolvidos em uma missão diplomática, os estudantes também assistiram a um vídeo sobre a história, a cultura, os costumes e as curiosidades sobre a Malásia. Depois, a embaixadora fez questão de abrir o espaço para responder às perguntas dos alunos. “A gente tem acesso à cultura de outros países em filmes ou novelas, mas estar aqui tem sido uma experiência muito boa”, afirmou a estudante de 18 anos, Maria Julia Alves da Silva. “Sou de uma cidade longe de Brasília e longe de Goiânia, que é a nossa capital. Então, essa oportunidade está sendo muito relevante. Não teria como entrar em uma embaixada e viver tudo isso se não fosse pelo Pepa”, completou.

Para a diretora do colégio, Sandra de Sousa Guirra, a oportunidade oferecida aos estudantes do Entorno é muito importante, tanto pela experiência, quanto pela possibilidade de ajudar na escolha dos alunos para uma profissão. “Muitos deles ainda sequer sabem o que querem fazer no futuro, qual profissão escolher. Então, além de ser uma aula, uma experiência vivida pessoalmente em outro país, já vi muitos deles conversando sobre possibilidades de estudar fora ou mesmo de serem diplomatas”, destacou.

“Sabemos que nem todo mundo terá a oportunidade de viajar e conhecer mais sobre a Malásia. Então, o Pepa promove essa viagem, essa aproximação entre os brasileiros e a cultura de países acreditados no Brasil”

Paco Britto, secretário de Relações Internacionais

E foi exatamente o que aconteceu com o estudante Mateus Santana da Silva, de 18 anos, que após duas horas e meia conhecendo mais sobre a Malásia, despertou o desejo de buscar uma oportunidade para estudar e até morar em outro país. “Eu cheguei aqui com uma expectativa e me surpreendeu de forma muito positiva e diferente; me interessei pelo país e até pretendo conhecer a Malásia, estudar lá, quem sabe?”, adiantou.

Uma das atividades promovida pela embaixada com os estudantes foi a de apresentar as vestimentas típicas do país, explicadas, uma a uma, pela embaixadora Glória. Depois de conhecerem cada peça, eles tiveram a oportunidade de se vestirem com os trajes e tirarem fotos. “As roupas são muito características, são bonitas e bem diferentes do que temos aqui no Brasil. A religião também é muito forte lá. Tudo isso me chamou muito a atenção”, afirmou Mateus.

Sabor e picância

Já estava perto do meio-dia, quando um almoço, preparado na própria embaixada, foi servido aos estudantes. Comida malaia – muito próxima à comida brasileira, porém com mais especiarias e picância. Corn rice (arroz com milho castanhas); spicy tomato chicken (frango ao molho de tomate picante); papadom (pão fino e folhado típico no país); potato curry puffs (pastel assado recheado com batatas); salada com cebolas, abacaxi e pepinos.e o golden crispy sesame bail (bolinhos de gergelim com doce de coco). Tudo isso acompanhado do rose syrup cordial (suco com xarope de rosas com leite).

Uma das atividades promovida pela embaixada com os estudantes foi a de apresentar as vestimentas típicas do país, explicadas, uma a uma, pela embaixadora Glória. Depois de conhecerem cada peça, eles tiveram a oportunidade de se vestirem com os trajes e tirarem fotos

Um dos estudantes que fez questão de provar de todos os sabores foi Arthur Araújo Matos, de 17 anos. “Sofri um pouco com a picância, mas adorei a comida. Comeria todos os dias”, afirmou. “Foi um choque cultural muito grande. Quando falamos de Ásia, imaginamos a China, por falta de informação mesmo. Mas, chegando aqui, vi que é bem diferente, embora seja da mesma região. E com uma gastronomia surpreendente”, disse ao ser interrompido por Vitória Rodrigues Ribeiro, de 17 anos: “A gente imagina espetinho de escorpião, mas chega aqui e vê que é bem diferente, com pratos e sabores bem interessantes”, concluiu.

Ao final das atividades, a embaixadora fez questão de agradecer a visita dos estudantes. “O Pepa é bastante especial para a embaixada e vocês são nossos amigos, afinal, Malásia e Brasil mantêm relações desde 1959, tanto culturais quanto comerciais. Importamos muitos produtos brasileiros e temos um carinho enorme pelo Brasil”, disse a embaixadora Glória. “Por Brasília, um carinho especial, pelo tratamento e atenção que recebemos do GDF, por meio da Serinter”, frisou.

O secretário de Relações Internacionais, Paco Britto, e a secretária do Entorno do DF de Goiás, Maria Caroline Fleury, assinaram o documento que estende o programa às escolas do Entorno do DF

Memorando de Entendimento

Pouco antes do início das atividades do Pepa na embaixada, o secretário de Relações Internacionais, Paco Britto, e a secretária do Entorno do DF de Goiás, Maria Caroline Fleury, assinaram o documento que estende o programa às escolas do Entorno do DF. “A região do Entorno é única, muito próxima do Distrito Federal. Agradeço ao GDF pela oportunidade dada aos nossos estudantes de oferecer conhecimento e cultura a eles e de participarmos deste programa que aproxima a comunidade diplomática da comunidade escolar que, muitas vezes, vão conhecer outras culturas e outros países por meio do Pepa”, pontuou Caroline.

De acordo com o secretário Paco Britto, o Pepa é, muitas vezes, a primeira oportunidade de um aluno de escola pública ter acesso à cultura, história e costumes de outro país. “Sabemos que nem todo mundo terá a oportunidade de viajar e conhecer mais sobre a Malásia. Então, o Pepa promove essa viagem, essa aproximação entre os brasileiros e a cultura de países acreditados no Brasil”, explicou.

Paco aproveitou o momento para agradecer aos governadores Ibaneis Rocha (DF) e Ronaldo Caiado (GO) pela atenção dada ao Entorno nos últimos anos. “Antes, o Entorno era esquecido. Mas, graças à atuação desses dois governadores, tem recebido atenção tanto do governo de Goiás, quanto do governo do DF”, afirmou.

O Pepa é uma ação alinhada com a política do governo de melhorar a educação primária do Distrito Federal, possibilitando aos estudantes o aprendizado acerca de história, geografia, cultura e línguas estrangeiras, assim como sobre carreiras e rotinas diplomáticas e consulares de diversos países. Somente neste ano, mais de três escolas do Entorno serão beneficiadas com o Pepa em 2024, a partir da assinatura do documento. No DF, cerca de 25 instituições participam do programa durante o ano.

“É uma experiência enriquecedora tanto para nossos estudantes, quanto para as embaixadas que estão em Brasília. Uma troca, um intercâmbio valioso”, explicou Paco. “O programa também abre espaço para que os embaixadores conheçam um pouco mais sobre a educação brasileira, especialmente a aplicada nas escolas do Distrito Federal e, agora, do Entorno”, concluiu.

*Com informações da Serinter-DF

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